O Dique do Tororó recebe, neste domingo (25), o Festival Samba Junino. O evento, que inicia às 15h, faz parte da programação especial de São João promovida pela Prefeitura de Salvador e contará com a participação de dezenas de grupos tradicionais de samba junino em um cortejo animado. Está previsto também um show de Tatau, com participações especiais de Ninha e Reinaldo, para encerrar o festival com chave de ouro.
O cortejo dos grupos de samba junino terá início no viaduto Rômulo Almeida e seguirá pela Avenida Vasco da Gama até chegar ao palco, localizado em frente à portaria da Arena Fonte Nova. A concentração está marcada para às 14h.
O festival tem como objetivo celebrar o movimento cultural genuinamente baiano, que surgiu há mais de 40 anos em festas realizadas nos terreiros de candomblé de bairros como Engenho Velho de Brotas, Fazenda Garcia, Tororó e Federação.
A história do samba junino remonta ao samba de caboclo, tendo suas raízes rítmicas ligadas às batidas dos tambores. Com o tempo, diversos bairros de Salvador se tornaram expoentes desse movimento cultural, como Liberdade, Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Alto das Pombas, Cajazeiras, Águas Claras e Canabrava.
Símbolo de resistência, o samba junino deu origem ao pagode baiano, que conquistou sucesso nacional na década de 90 com grupos como Gera Samba, Terra Samba e Companhia do Pagode. Por ser uma manifestação autenticamente soteropolitana, o samba junino foi reconhecido em 2018 como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador pela Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Esse movimento cultural emergiu nos arredores das casas de candomblé de Salvador, enraizado na religiosidade popular presente nos terreiros e em diversas festividades de matriz africana, como as celebrações dos caboclos, iniciando-se nas queimas de Judas e culminando no Dois de Julho. Também está associado às rezas direcionadas aos santos juninos, como Santo Antônio, São João e São Pedro.
Dessa forma, o samba junino representa uma expressão cultural genuinamente soteropolitana, caracterizado pela rítmica do samba duro, disseminado há pelo menos 40 anos em diversos bairros de Salvador. Serviu como base para o surgimento de estilos musicais contemporâneos, como o pagode baiano, que projetou muitos artistas conhecidos do grande público, como Tatau, Reinaldo, Ninha e Márcio Victor.