As tradicionais celebrações do Caruru de São Cosme e São Damião, realizadas anualmente no final de setembro, agora possuem um significado ainda mais especial. O prato típico, que simboliza a devoção aos santos e aos Ibejis no sincretismo religioso baiano, foi oficialmente reconhecido como Patrimônio Imaterial da Bahia. A aprovação unânime foi realizada pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC), e o registro será publicado no Diário Oficial da Bahia em 27 de setembro, Dia de São Cosme e São Damião.
A conselheira Evanice Lopes, vice-presidente da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural (CPHAAN), foi a relatora do processo que garantiu o título. Segundo ela, “a Festa do Caruru de São Cosme e São Damião é uma das principais e mais antigas manifestações religiosas populares baianas, reunindo símbolos místicos e elementos plurais do sincretismo religioso local”.
O processo foi liderado por Táta Ricardo, presidente da Câmara de Patrimônio, que comemorou o resultado. “O princípio do patrimônio é de fato pertencimento, a gente não aprende na academia, na universidade… patrimônio é algo que a gente herda”, disse ele, destacando que essa manifestação cultural fortalece a economia criativa em diversas cidades do estado.
O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, também participou da sessão plenária e celebrou o reconhecimento como uma vitória para a preservação das tradições baianas. Ele garantiu que o governador Jerônimo Rodrigues publicará o registro no dia dedicado aos santos.
A festa do Caruru, que é realizada principalmente nos dias 26 e 27 de setembro, movimenta famílias, comunidades religiosas e culturais por toda a Bahia. Este ano, o reconhecimento como Patrimônio Imaterial reafirma sua relevância histórica e cultural, além de sua importância econômica para o estado.
