Série sobre históia do movimento negro estreia com Larissa Luz na Globoplay

Em uma nova iniciativa para marcar o Dia da Consciência Negra, o Globoplay estreia nesta segunda-feira (20) a série “Resistência Negra”. Composta por cinco episódios, a produção mergulha na história do movimento negro no Brasil, utilizando relatos e testemunhos para narrar momentos marcantes de resistência.

O ponto de partida é o trágico caso de Robson Silveira da Luz, ocorrido em maio de 1978. O jovem negro, de 21 anos, foi vítima de violência policial após denúncia injusta. O episódio tornou-se catalisador para a criação do Movimento Negro Unificado (MNU), que organizou um ato público contra o racismo em 7 de julho do mesmo ano.

No primeiro episódio, intitulado “Tecnologia Ancestral”, a narrativa se desenvolve a partir da história de Robson, explorando a resistência negra desde os quilombos do período escravocrata até os movimentos contemporâneos. Destacam-se figuras como Erica Malunguinho, primeira deputada estadual negra e trans eleita por São Paulo em 2018, e outros influentes personagens, como a escritora Conceição Evaristo e o influenciador digital Julio de Sá.

A série apresenta em média dez depoimentos por episódio, incluindo intelectuais negros como Sueli Carneiro, Cida Bento, Lucimar Felisberto e Petrônio Domingues. O professor doutor babalaô Ivanir dos Santos, idealizador da série, também compartilha sua visão.

Os apresentadores da série são os cantores Djonga, de Minas Gerais, e a baiana Larissa Luz, que não só conduzem as entrevistas, mas também participam de encenações junto com Lua Miranda, uma jovem estreante no audiovisual.

Com autoria de Grace Passô, Mariana Jaspe e Paulo Lins, e pesquisa de Jaqueline Neves, a direção geral da série é de Mayara Aguiar. Mariana Jaspe destaca a importância de perceber que a série não busca ser a única história do movimento negro, mas sim uma visão particular desse movimento.

Grace Passô, atriz mineira conhecida por seu trabalho em filmes como “Temporada” (2018) e “No Coração do Mundo” (2019), ressalta que a resistência vai além da mera sobrevivência, envolvendo a construção ativa. Ela destaca que a série não se concentra apenas em narrativas de violência, mas também aborda modos diversos de resistência, desde a militância até a construção de conhecimento, passando pelas artes e pela política.

Paulo Lins, autor do romance que inspirou o filme “Cidade de Deus” (2002), destaca a importância do resgate da ancestralidade como elemento crucial na resistência. Ele ressalta que a cultura e a arte africana, ao unirem as pessoas na preservação de sua ancestralidade, desempenham um papel fundamental nessa batalha contra a opressão.