A Casa das Histórias de Salvador, localizada no prédio do Arquivo Público, vai abrigar a partir de 4 de novembro a exposição “Ecos Malês”, que remete à Revolta dos Malês, de 1835. Esse evento é reconhecido como o maior levante liderado por negros escravizados no Brasil. A curadoria é de João Victor Guimarães, com Mirella Ferreira como co-curadora.
A exposição, que estará no quarto andar, destaca a relevância contemporânea dos pilares filosóficos e estratégicos do movimento, articulado principalmente por negros islamizados. A assistência de curadoria conta com Ana Clara Nascimento, Breno Silva e David Sol, e o projeto expográfico é assinado por Gisele de Paula em colaboração com Gabriela Leandro Gaia, responsável pela pesquisa da exposição.
Guimarães ressalta a importância de sediar essa mostra na Casa das Histórias e destaca um núcleo chamado “Ruas da Revolta”, que explora locais de Salvador impactados pelo levante. “Esses pontos, onde a revolta se desdobrou, dialogam diretamente com a proposta do espaço”, afirmou.
Mirella Ferreira, co-curadora, acrescenta que a exposição permitirá uma reflexão profunda sobre os impactos contemporâneos do levante. “Esses ecos proporcionarão reflexões sobre as obras e a construção do pensamento expográfico”, disse.
Pedro Tourinho, secretário municipal de Cultura e Turismo, considera a Revolta dos Malês um marco na identidade de Salvador e vê a exposição como uma forma de dar a devida importância ao evento e seus protagonistas.
Despedida do “Acervo da Laje”
A Casa das Histórias se prepara para a despedida da exposição “Acervo da Laje: 14 anos contando histórias (invisíveis) de Salvador”, que vai até 29 de setembro. A mostra reúne obras desenvolvidas pelo Acervo da Laje, focando nas histórias não contadas de Salvador, especialmente do Subúrbio.
Os ingressos para as exposições custam R$20 (inteira) e R$10 (meia entrada) e podem ser adquiridos no Sympla ou na bilheteria. O espaço funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, com a última entrada às 16h.
