CRÍTICA: ‘Duna parte 2’ é gigante, em todos os sentidos

CRÍTICA: ‘Duna parte 2’ é gigante, em todos os sentidos

Texto escrito por Patrick Levi

Na continuação de “Duna”, Denis Villeneuve parece ter pego todas as críticas negativas que recebeu pelo seu primeiro filme nesse universo, em 2021, lido com carinho, e decidido que não daria margem para que elas se repetissem. Absolutamente em tudo o que se propõe a fazer, “Duna: parte dois” é superior ao seu antecessor.

Se afirmavam — injustamente — que nada saía do lugar na primeira parte dessa história, aqui cada cena tem importância considerável para a narrativa fluir. Nada é por acaso. E isso se reflete na evolução do Paul Atreides dentro do universo — diretamente proporcional à qualidade da atuação de quem o dá a vida nas telas. A “jornada do herói” faz um processo de aprendizado constante cair sob seu colo. Em cada cena em que aparece, é possível notar que o que acontece o afeta e o faz mudar, mas aos poucos, com naturalidade — por isso o filme tem a duração que precisa ter. Aquilo que cerca o seu protagonista o aflige e ele absorve, como uma esponja na água.

E aqui é preciso pontuar como o Timothée Chamalet com maestria entrega tudo o que é necessário para fazer com que os espectadores comprem seu personagem: carisma, calmaria quando necessário, e imponência quando preciso. É impossível não se arrepiar sobretudo quando Chamalet, na melhor atuação da sua carreira, dá vida ao Paul Atreides nos momentos em que ele inflamar seus seguidores — comparar com William Wallace (Mel Gibson) discursando em “Coração Valente” (1995) não seria exagero.

Como a arte imita a vida (e vice-versa), o que foi proposto e muito bem executado na continuação de “Duna” não foi só um passeio por esse futuro distópico e cheio de disputas épicas — outros já fizeram isso. Mas sim um desfile monumental no mundo da ficção científica, apoiado por uma dissecação emblemática de tradição, fé, filosofia e fanatismo.

É preciso ter senso de leitura histórica para perceber que o que Villeneuve está fazendo nessa geração é semelhante a o que foi “Star Wars” ou “O senhor dos aneis” em gerações passadas. “Duna: parte dois” é gigante, em todos os sentidos possíveis da afirmação. A experiência de ver uma grande franquia de ficção científica se desenrolar diante de nossos olhos é mágica. Resumidamente é isso. O IMAX faz magia (veja no cinema!) e por pouco mais de duas horas, diante dos quadros lindos em frente aos olhos de quem assiste, é possível viajar a Arraskis sem sair da poltrona.

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