As Filhas de Gandhy celebram 45 anos de uma história marcante e de resistência, promovendo alegria e tradição nas ruas durante o Carnaval. Fundado em julho de 1979, este afoxé singular, composto exclusivamente por mulheres, está atualmente imerso nos preparativos para mais uma exuberante participação na avenida. O lançamento da campanha para o Carnaval 2024 foi anunciado durante uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (16), no coração do Pelourinho, em Salvador.
O tema escolhido para este ano, “Mulheres de Terreiro detentoras do Sagrado”, destaca a mulher e a religião como elementos centrais de sua celebração. A iniciativa visa resgatar o papel fundamental dessas mulheres, verdadeiras guardiãs dos segredos presentes na água, no ar, no fogo e nas folhas. De maneira contemporânea, elas representarão essas energias, tornando-se embaixadoras de cada terreiro de candomblé. Para Silvana Magda, coordenadora das Filhas de Gandhy, essas mulheres empoderadas são responsáveis por manter viva a rica cultura que o grupo representa.
Com 45 anos de tradição, pintando a avenida com as cores icônicas do azul e branco, o Afoxé Filhas de Gandhy permanece resiliente ao longo do tempo, transmitindo uma tradição que atravessa gerações. No entanto, a coordenadora destaca a necessidade de cuidados adicionais, reconhecendo que o grupo de mulheres enfrenta desafios significativos. Ela ressalta a dura realidade dessas mulheres da comunidade, que, ao longo de 45 anos, resistiram a adversidades e demonstraram uma notável dedicação à preservação da cultura.
“Já foram despejadas, voltaram e ainda continuam nessa luta de preservação. Cultura é isso, é a preservação do que nós temos; inovação é maravilhosa, mas não se pode perder a essência, e as Filhas de Gandhy são a própria essência”, afirma Silvana Magda.
Aqueles interessados em fazer parte desse legado de tradição e resistência podem buscar a sede das Filhas de Gandhy, localizada na Rua Gregório de Matos, no Pelourinho, ou obter mais informações através das redes sociais. Unidos pela celebração da cultura, essas mulheres continuam a ser um farol de resistência e alegria no Carnaval.