Luiz Caldas e Saulo apresentaram um show intitulado “Voz e Violão”, nesta sexta (18), na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Com ingressos esgotados, a apresentação estava marcada para as 19 horas e contava com grande expectativa por parte do público.
Antes do show, quem chegava no espaço via no palco um cenário simples: duas cadeiras, dois violões e duas mesas com copos e jarras de água. Aos poucos, as arquibancadas do espaço foram ficando lotadas, enquanto o palco permanecia vazio. A dupla de artistas foi ovacionada quando surgiu, de mãos dadas, vindo da coxia direita. Ao longo da apresentação, os dois trocaram olhares e declarações de carinho, demonstrando muita sintonia.
O título do show, “Voz e Violão”, não podia ser mais preciso. Eram apenas os artistas e seus violões, apresentando novas versões de sucessos de suas carreiras e da axé music, como um todo. Fizeram parte do repertório alguns clássicos do carnaval de Salvador, como Selva Branca, Baianidade Nagô e Madagascar Olodum. A plateia foi à loucura quando Saulo puxou Raiz de Todo Bem. Idem para Luiz Caldas com a canção Magia. Em determinado momento, receberam um trio de músicos (sanfona, pandeiro e flauta) para tornar os arranjos mais dinâmicos.
O tradicional senta-levanta parecia que não ia ter vez na Concha Acústica durante o show. As cerca de cinco mil pessoas presentes permaneciam sentadas, contemplando o show e cantando alto todas as músicas junto com os artistas. Até que Luiz e Saulo cantaram “No azul de Jezebel no céu de Calcutá, feliz constelação”, início da música A Cor do Som, da banda Zanzibar. Como se fosse parte de um roteiro ensaiado, todas as pessoas levantaram e não sentaram mais até o fim do show.
Em seguida, a dupla também levantou de suas cadeiras para anunciar que teriam um convidado especial. Durval Lelys entrou no palco com mais um violão e transformou aquela noite em algo ainda mais especial para a plateia e para a música baiana. A dupla virou um trio. E se tem trio, tem carnaval. Uma outra sequência de hits do axé foram um ótimo motivo para fazer sair do chão quem havia passado metade do show sentado.
Quando a apresentação terminou, o público gritou “eu não vou embora” para dar o recado de que gostaria de ouvir mais. Os três artistas retomaram seus violões e cantaram Haja Amor para fechar a noite. O gostinho de quero-mais ficou em todos as pessoas que fizeram parte daquela noite. Não à toa, ao deixar o palco, Luiz Caldas substituiu o “tchau” por um “até ano que vem”.