Noite histórica em Salvador: o sambista carioca Xande de Pilares estreou sua aguardada turnê “Xande Canta Caetano” na Concha Acústica do Teatro Castro Alves neste domingo (02). O show, que celebra a obra do baiano Caetano Veloso, trouxe uma multidão emocionada e mostrou a união entre o samba e a MPB em uma homenagem que passeia por mais de 50 anos de carreira do filho de Santo Amaro.
O repertório da noite foi uma viagem pelas canções inesquecíveis de Caetano. Xande abriu com “Alegria, Alegria”, seguida por clássicos como “Tigresa”, “Trem das Cores” e “Força Estranha” — esta última dedicada à memória de Gal Costa, arrancando suspiros e aplausos emocionados do público. Um dos momentos mais aguardados e exaltantes foi a participação do próprio Caetano Veloso. Juntos, os dois artistas encantaram a plateia com interpretações conjuntas de “Desde que o Samba é Samba”, “Lua de São Jorge”, “Gente” e “Tieta”, criando uma atmosfera de celebração e êxtase coletivo.
Visivelmente emocionado, Xande de Pilares não conteve a gratidão ao realizar a estreia da turnê em Salvador. “É uma responsabilidade e uma honra sem tamanho estar aqui, ao lado de um dos maiores nomes da nossa música. Ainda mais aqui em Salvador, que tem uma energia única”, disse ainda no palco.
O final do show foi marcado por um momento especial no palco, onde Xande, acompanhado de Caetano, Pretinho da Serrinha e Regina Casé — diretores da turnê — prestaram uma homenagem à Bahia, exaltando a cultura e a musicalidade da terra que tanto inspirou Caetano Veloso.
Em entrevista ao portal Salvador Entretenimento após o show, Xande compartilhou suas emoções e reflexões sobre a noite de estreia. “Eu continuo nervoso pela responsabilidade que é, entendeu? Mas quando finalizou o show, eu falei: vale a pena ficar nervoso, porque quando a gente acha que já ganhou, a gente não ganha nada. O nervosismo faz parte. Eu gosto muito dessa coisa do desafio,” confessou o sambista, ressaltando a energia e o envolvimento do público baiano, especialmente durante “Muito Romântico” e “Força Estranha”.
Além das músicas consagradas, Xande trouxe surpresas no repertório, incluindo “Reconvexo”, uma canção que, segundo ele, reflete a essência do samba de roda e do Recôncavo Baiano. “Ela é uma música muito própria, do Caetano, até da Betânia. E eu, como já fiz o Carnaval de Santo Amaro e já cantei na porta daquela igreja, sei o que é Santo Amaro,” comentou Xande, destacando a conexão especial com a cultura baiana.