O segundo dia do Coité Folia foi marcado pelo desfile envolvente e cheio de energia do cantor Márcio Victor, líder da banda Psirico. Com sua apresentação contagiante, ele arrastou uma multidão pelas ruas da cidade de Conceição de Coité, levando o público ao delírio com seus sucessos e mostrando toda a força do pagodão baiano.
Após o show, Márcio Victor recebeu o portal Salvador Entretenimento para uma entrevista exclusiva, onde falou sobre a mudança de foco da banda em valorizar o pagode da Bahia e ressaltou a importância de manter a sintonia com as raízes, destacando que o pagodão raiz é aquele que toca para a família, para todos.
“Essa mudança que fizemos é algo que me deixa muito satisfeito, porque essa ideia não nasceu apenas de mim, mas dos meus amigos lá de Engenho Velho de Brotas. É uma mistura que hoje todo mundo gosta e está presente em vários estilos musicais”, explicou o cantor.
Márcio Victor aproveitou para abordar temas importantes em suas músicas, como o feminismo e a luta contra a violência e o racismo. “O pagode do povo é aquele que fala a linguagem do povo, então conseguimos unir um pouco do repertório novo com as coisas mais antigas e criar uma nova página. O Psirico sempre foi uma banda do futuro. Sempre olhamos para frente, mantendo a raiz”, afirmou.
Sobre a nova geração de artistas que têm se destacado na música baiana, o cantor demonstrou sua admiração pelo trabalho de alguns nomes, destacando o cantor Kannalha como uma das revelações do momento. “Ele tem qualidade musical, carisma, canta de um jeito diferente. Cantando pagode, parece um cantor de heavy metal, ele faz essa pressão que a gente gosta”, elogiou.
Além de Kannalha, Márcio Victor mencionou outros artistas que aprecia, como Oh Polêmico e A Chapa, ressaltando a importância da alegria na música. Ele fez questão de enfatizar que, apesar de alguns temas controversos nas letras, o discernimento de uma pessoa não está na música que ela ouve, mas sim na responsabilidade que ela busca para o futuro.
“Sempre falo nos shows do Psirico que uma mulher pode usar o cabelo que quiser, pode tudo. E o homem nunca deve desrespeitar pela dança da mulher, não quer dizer que ela é algo por causa da dança dela”, frisou o cantor, destacando a cultura de remelexo e sensualidade da Bahia.
Márcio Victor encerrou a entrevista com um conselho para os artistas da nova geração: “Estudem música. Porque o sucesso é repentino, pode chegar a cair, mas a música sempre estará lá, dando a possibilidade de conhecer outro ritmo, outro público, e dar mais caminhos na carreira”, finalizou.